Sonho de vampiro

Sonhava contigo, ó viva-morta.

Era um sonho medonho e não um desejo

Que aquela tão bela vampira torta

Não mais viesse acordar-me num beijo.

A tua veia na luz do luar

Tão cheia de amor quando ela se expande.

Essa tão sedutora jugular

E esse tão saboroso, teu sangue.

Eu pedi, implorei que a noite chegasse.

Que as trevas furassem o meu ataúde.

Logo acordasse e teu corpo cheirasse.

Como lutei e relutei enquanto eu pude!

Quando acordei, demasiado tarde,

Uma estaca no peito em plenitude.

José Freire Pontes
Enviado por José Freire Pontes em 29/03/2019
Código do texto: T6610547
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