Em teu colo - soneto.

Acomodo a minha cabeça em teu colo morno

Nesta tarde fria avançada por esperar a noite

Que desponta aos poucos atestando seu lugar

Meus pensamentos estão aquietados, mansos.

Sinto ainda assim a leveza do vento que canta

A canção colegiada pelo aproximar da noite

Enredando em versos os cânticos românticos

Que me leva aos sonhos puros intermináveis.

Diante deste cenário anacrônico por ser cinza

A tarde que aos poucos sucumbindo caída

Sem vestígios que lhe possa deixar o dia.

Eternizar-se vai dentro de minhas idealizações

Teu jeito de olhar-me enquanto desfruto do calor

Do teu regaço macio que ajuízo ser sempre meu.