A MÃO

Em tudo que fazes é sempre a mão

Que logo se apresenta voluntária,

Para qualquer tarefa a operária,

Que esbanja zelo e precisão.

Noite ou dia, qualquer ocasião.

Sempre pronta, sua valia é vária,

Sua destreza extraordinária,

Seja num afago ou beliscão.

Pela labuta deste seu esforço,

Queira deus lhe abençoar, palma e dorso,

E que nunca nos falte a sua ajuda.

Como agora, que minha pena guia,

Enquanto faço do poema um esboço,

Trivial, bem melhor mereceria.

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Do mestre Fcunhalima, recebi esta maravilhosa interação. Grato, Fernando pela atenção que tem dado aos meus garranchos.

MÃO NA RODA

Dizem que o amor é mão na roda,

Outros falam até que é um achado,

Ou um prêmio maior nunca encontrado,

Talvez até a mão que se acomoda.

Posso falar que a mão está na moda,

De um costume não customizado,

Em um presente vindo do passado,

Mão do maestro ao fechar a coda.

Não é somente a mão que pinta e borda,

Também não é a mão que puxa a corda,

Para ter um grande amor prisioneiro.

A mesma mão que escreve todo dia,

Pode dar um adeus na agonia,

Ou aperto de mão por derradeiro.

Fernando cunha lima 24-02-19. Ao mestre Jota.

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Agradecido retornei com estes versos:

CHOVEU PRA CIMA

Com singelas palavras fui agraciado

Pelo douto poeta Fcunha lima.

Me senti como se visse chover pra cima,

Ou um vaqueiro ser tangido pelo gado.

Um professor ser pelo aluno ensinado,

Ou um cantador tropeçar em sua rima.

Já me bastava merecer a sua estima,

Que já me daria por bem recompensado.

Agradecido estou por tal delicadeza,

Com a certeza que tudo vem de bom grado.

Por suas apalavras de tamanha grandeza,

Vão nestes versos o meu muito obrigado.

Jota Garcia

Mas a festa não acabou. Fcunhalima novamente compareceu com nova interação, como quem chama para um desafio:

CHOVER PRA CIMA

Chover pra cima é coisa inusitada,

E se for no sertão inda pior,

Pois esse tempo eu já sei de cor,

Tempo de sol, poeira e vaquejada.

Quando o vaqueiro põe o pé na estrada

Atrás do boi mais forte ou do maior,

Meu pensamento também aonde for,

Mesmo correndo não encontra nada.

Chover do chão ao céu, uma loucura,

Deva ser com uma pedra dura,

Com bem trovão e raio num lampejo.

Com os pé no chão calçando uma alpargata,

Pro homem do sertão não é bravata,

Senão ação normal do sertanejo.

Fcunha Lima

Eu, que sou velho, mas não sou louco, sabendo da qualidade poética do adversário, dei aquela "batida de pino".

A PELEJA

A regra é clara, não admite rasura:

Peleadores têm que ter o mesmo “peso”,

Afim de proteger o cabra indefeso,

De morte violenta, lesão ou fratura.

Entramos num confronto de quase peleja,

Mas há diferença no “peso” dos rivais,

Que contrariam as regras e rituais.

Eis por que assim parto em minha defesa.

Não seguimos hoje o velho testamento,

Onde o jovem Davi enfrentou a Golias,

Com uma pedra atirada com a funda.

Hoje vivemos outros dias, não confunda,

Eu acabaria tomando uma tunda,

Num confronto entre Fernandos e Garcias.

Jota Garcia

Mas tudo acaba como acabam as pelejas dos cantadores nordestinos: Na paz e na amizade, com mais esta interação do mestre Fcunha lima:

SEM CONFRONTO SEM CONFLITO

Não há confronto e nem há conflito,

Também não há disputa nem cotejo,

Tão somente um jogo em que me vejo,

Este seria então o meu desejo,

Briga nenhum talvez um rumorejo,

Sobre um soneto que já foi escrito.

E assim nosso ato que tu meças,

Se na rima ou versos tu tropeças,

Não é motivo para discussão,

Neste debate sem haver problema,

Se houver bate boca sinto pena,

Uma polêmica sem altercação.

Fernando cunha lima - 26-02-19. Ao mestre Jota.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 17/02/2019
Reeditado em 07/12/2023
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