Borboletas congeladas
Mas que bela festa de casamento!
O noivo santo, a noiva imaculada.
Cousa errada, triste não via nada,
Descartava tristeza e sofrimento.
Mas na hora, de todas mais esperada,
Cena triste não me sai do pensamento.
Não se chama a isso bom sentimento,
o regozijo noutra vida maltratada.
Vestida a vileza de sacramento,
Mascarada a maldade não foi nada,
Se aquilo fez sorrir por pouco tempo,
Aquelas pétalas que foram jogadas.
Eram todas vidas mortas no vento,
Eram todas borboletas congeladas.