MESSALINA (soneto)

Lembro, ao ter-te, as épocas sombrias

Dum outrora. A saudade se transporta

À tempos de prazer, e não dor à porta

De meninices, abarrotadas de alegrias

E nestas felicidades de glórias luzidias

Que a mostra era viço, não ilusão morta

O pouco era muito, e no pouco importa

O estorvo, a mais valia, eram as orgias

Tolas, e não só imaginação em ruína

De quimeras incolores e, assim impura

Num cortejo de recordação messalina

Ó saudade, acostamento de loucura!

Suspirando nostalgias tão cristalina

Tinta de tristura, que no peito segura...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Novembro, 2018 - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 04/11/2018
Reeditado em 30/10/2019
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