Crepúsculo - soneto

Na infinita fimbria sanguinária do anoitecer, se aquieta

o sol. Que depois de percorrer desbravando o dia, desmaia.

No crepúsculo lento de mais um tempo percorrido. Enquanto

escuto gorjeios de pássaros em festa, recolhendo-se aos ninhos.

Nessa exuberante mudança, meus olhos deslumbram quadros

vestidos em caixilho, com as cores do arco íris desdenhando.

Na encosta, onde as aguas marinhas repousam em sua brandura,

alterando nesta transição pistas deléveis de um cenário magico.

Mas uma tela que moldurou meus olhos cansados, ofuscados.

Se esconde no repouso das morosas horas que transitaram

Definíveis, por seus lances aflitivos, para anunciar a noite.

Que desponta com toda a sua pompa enaltecendo o seguimento.

Dos dias que estão prestes a surgir, num arrebol afinado e belo

com o novo dia, que trará mais um crepúsculo, desmaiando.