Da fronte aos pés teu corpo cora
Da fronte aos pés teu corpo cora
Na pele outrora lassa e branca.
E dorme em densa água mansa
Onde Iemanjá se deita e rola,
E ama em sonho, a boca aberta.
A voz chamando o mar, o boto.
E é tanto fogo no teu corpo,
Que de apagá-lo não tem pressa.
E faz amor e deita e dorme
E diz “amor, sabe o que é isso?”,
É o doce encanto do feitiço,
Que deixa a carne toda mole.
E diz: comigo ninguém pode,
Pois este fogo eu mesma atiço.