Eu, ela e carta
Tantos anos te esperei, carta malvada.
Era angústia e era espera todo dia.
Vinha carteiro, ia carteiro e, todavia
Não chegavas para mim, afortunada.
...Foste embora, tu disseste, inda voltava,
Que te esperasse impaciente, tu virias,
E a esperança, em meu coração morria.
Teu retorno para mim, já não sonhava...
Só a dúvida de momento me assaltava.
E a minha mão, aquela carta queimava.
Então três vezes, bem profundo respirei.
...Durante anos paciente eu te esperei....
Por não saber o que trazia, então queimei
Aquela carta, sem saber do que tratava.