Raízes da morte

Eu pus em horta estéril esperança

Que cultivei em toda juventude

Murcharam as raízes de virtude

Na aflição de lúgubres lembranças

Quais vozes me causaram tais mudanças?

Selaram-se em dolorosa quietude

Prostrei-me a sombra da decrepitude

Análago ao corpo amorfo que descansa

E cravei novas raízes na má sorte

Arraigado nos vergéis da morte

Vítima de inevitável imolação

Num desenvolvimento embrionário

Formado nos flagelos funerários

Gerou nefasta gênese de um caixão

Thiago Araujo
Enviado por Thiago Araujo em 13/06/2018
Reeditado em 14/06/2018
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