SONETO DA MARCHA FINAL

Que a poesia seja uma porrada

Bem no meio da cara dos fascistas

E também na dos que não fazem nada

Enquanto os loucos vão tomando as pistas

Que a poesia seja uma enxadada

Ou bomba agá, que faça arder as vistas

A liberação há tempo aguardada

E que incendeie as capas das revistas

Vamos fazer o parto de uma história

Nova. Contra os tiros da polícia

Contra os mísseis que lançam sobre nós

Que a poesia arranque toda a escória

E seja esta a última notícia

Pra nos reconstruirmos logo após