Folia

Máscaras escondem o sítio árido da solidão.
Criam falsas aparências, colorem o próprio sofrer,
pois vulgar é o querer de homens, mulheres e outros, que buscam satisfação,
mas tolos são e todos serão usados pelo poder.
 
Vergonha, honra e moral, são escombros, são nossas ruínas,
alteadas em montras mortas e esquecidas,
como vitrines iluminando becos escuros e sedentas esquinas,
que belas são vistas, mas pretenciosas são, com seus meninos e meninas, sem nada, sem vida.
 
Afloram no dilúculo, alvor que nasce da madrugada
e verão no espelho sujo e embassado, o tamanho de cada ferida.
Exaustos, amanhecem sem festa, sem esperança, acordam em terrível batalha.
 
Lamentam as marcas, removem as mentiras, choram, acabou a folia.
Vazios, sem rumo, sem leito, sem nada, estão à espera de mais um dia,
pois tudo ficou nas cinzas, como realidade e fantasia.
 
 
 

 
Mário De Oliveira RSA
Enviado por Mário De Oliveira RSA em 14/02/2018
Reeditado em 14/02/2018
Código do texto: T6253780
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