Soneto das Cores
No azul vejo o mar,
No verde a floresta,
No branco a paz que resta,
No preto uma noite pra amar.
No vermelho da face, vergonha,
No amarelo do cofre, riqueza,
No rosa só beleza,
E no creme a cor de quem sonha.
Junto o vermelho com o amarelo, sai laranja;
O azul com o verde vira turquesa;
Não acho a tonalidade genuína d’um Borgonha,
Girando em taça de cristal reluzente,
Misturando cor e aroma,
Refletidos num olhar ardente.