RETRATO ANTIGO

Veja, meu filho, em cima da lareira

Este retrato quando eu era moço:

A face lisa, a vasta cabeleira

E nenhuma ruga ainda no pescoço.

Mas a vida da gente é passageira

E, mesmo sem fazer muito alvoroço,

Cada geração, à própria maneira,

Transmite à outra o original esboço.

Por isso, meu filho, eu não fico triste

Com a velhice porque você existe

E só me retribui felicidade.

Hoje eu vejo você neste retrato

E com a fé em Deus, a Quem sou grato,

Já estou pronto para a eternidade.

(Classificado entre os 20 finalistas do XXVI Conc. Nacional de Poesias Augusto dos Anjos, Leopoldina-MG)

Pereirinha
Enviado por Pereirinha em 18/11/2017
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