Amar

Amar

Que emoção é essa entre o real e o místico

Que arromba a porta, grita, varre a areia

Do mais desértico peito e, com a bateia,

Nos mostra o ouro do elo entre a razão e o onírico?

Que sentimento, afinal, é esse, magnífico,

Que marifica, agita o mar e escamoteia

O cinismo, e traz à superfície a baleia

Que tanto nestas águas esconde o cínico?

Que sensação é essa que a existência ampara,

e a morte, obscena e tranquila, silencia

Quando se chega, enfim, ao fim do caminho?

Que coisa estranha é essa que sinto?! Tomara

Que a vida mostre-me por que, por que, um dia,

Amar tem a forma de um cavalo-marinho.