Melancolia

Melancolia

Não choro, não rio, também não sinto;

O inexistir, hoje, me apetece;

A alegria apenas me entristece;

Torna-se feio a mim o bonito.

Fracasso até mesmo quando minto;

Onde estou, a inglória me enaltece;

Envolto em treva, esta resplandece

Frente a mim, bicho tão indistinto.

Parodio, em vida, o inferno,

Eu, monstro à vileza subalterno,

Ser de ansiedade e frigidez.

Resta-me agora ela somente.

Pois, então, salto —felizmente—,

E morro... Pela segunda vez.