Meus barcos de papel

Lá se vão os meus sonhos dourados;

Nas sarjetas da vida fugaz.

Meus barquinhos tão bem enjambrados,

Que a enxurrada do tempo desfaz.

Lá se vão ideais consagrados,

Só deixando o silêncio e a paz.

Bem na frente os momentos guardados,

Com a esperança ficando pra traz.

Que chuvinha mais besta meu Deus,

Vai lavando e levando a existência,

Sem nos dar um aceno, um adeus...

Tudo passa, sem pena ou clemência...

Só restando, dos sonhos tão meus:

Um lamento, uma dor, uma ausência...

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 16/10/2017
Reeditado em 19/10/2017
Código do texto: T6144368
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