Soneto de Ausência

Visto que é invisível

mas, é presença que machuca,

é noite é fria em dais quentes,

é flor murcha na primavera audaz.

Visto que é inexplicável

é dor sentida por quem só se explica,

é lágrima vertida por quem nunca chorou,

é ausência sentida na presença de multidões.

Visto que é a saudade que fica

é o desejo de ir na ilusão de um encontro,

é o platonismo desejado no calor de um beijo,

é a contradição de um adeus que nunca será dado.

Visto que é o poder latente da falta

é o verso que sangra no pedido de retorno,

é o amor nunca correspondido na vida que prossegue.

Giovani Ribeiro Alves
Enviado por Giovani Ribeiro Alves em 11/10/2017
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