A Preguiça

Ouvi um toc-toc em minha porta,

Uma batida frouxa e submissa,

Com uma voz fininha, quase morta:

“_ Sou eu. Deixa eu entrar. Sou a preguiça!”

Uma figura feia, toda torta;

Desarrumada, triste, quebradiça...

Foi logo me dizendo: “_Quem se importa

Por eu não ter capricho e nem cobiça?”

...Mas, eu a enxotei, mandei-lhe as favas.

Com atitude e com repugnância,

Uma visita assim não quero em casa!

Dessa infeliz quero manter distância,

Pois, sei que ela carrega quatro escravas:

Pobreza, tédio, vício e ignorância.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 06/09/2017
Código do texto: T6106184
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