O funeral dos vivos

Quando enfim findar estes meus dias

E despojar-me da orgânica clausura

Hão de chorar a boca da sepultura

Hão de render-me fúnebres honrarias

Quando só houver a carcaça e a ossatura

Quando somente houver a cova fria

Hão de se reunir na agonia...

...e recordar de minhas desventuras

E na decomposição desses meus ossos

Hão de dar valor aos meus destroços

E orar pedindo a Deus algum conforto

Assim é a humanidade em contradição

Abandonam os vivos dentro de um caixão

E dão valor aquele que esta morto

Thiago Araujo
Enviado por Thiago Araujo em 23/08/2017
Reeditado em 01/09/2019
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