O conteúdo e o continente

Quem dá valor só a beleza externa,

Externa o quanto é fútil e é vazia,

Num rótulo sem brilho se anuncia,

Na inutilidade se prosterna.

Quem nessa vida apenas se encaderna

E todo o conteúdo renuncia,

Demonstra uma existência subalterna,

No vento da ilusão se asfixia.

Quem cultua somente o próprio corpo,

Na cegueira fugaz da vaidade

E esquece-se da alma o seu conforto,

Não sabe que na morte há uma verdade:

Todos irão pra um derradeiro porto

E a alma singrará pra eternidade.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 18/08/2017
Código do texto: T6087461
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