SONETO III

Lá onde nos leva o passado que brinca,

No livre, longe e lúdico possível.

O rio nem sempre eleva o próprio nível.

No passado, o futuro a morada finca.

A fôrma que pode mudar seu molde,

O vassalo que será suserano.

Sementes dos anos que vencem o ano,

Alquimistas transformando o outro em cobre.

O futuro no passado se sente,

Surge o agora que não se perderá,

Futuros possíveis brotam sementes.

Ora o novo seu velho matará,

Ora a própria cura fará outro doente:

Nasce o momento que o ano vencerá.

(Ricardo Gomes Pereira)

Gomes Ricardo
Enviado por Gomes Ricardo em 08/07/2017
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