VERMES FAMINTOS

Na agonia sufocante e deserta

o corpo desprende-se do espírito,

mais que num suspiro, num grito,

de desesperança na cova aberta.

Vermes famintos e atentos

recebem-no com grande gula

sem ler antes, na própria bula,

as indicações do esquecimento.

Enquanto o corpo é sepultado

em um singelo jazigo

sem nenhum olhar amigo.

Não é este o fim esperado

desde os tempos mais antigos?

E isso também não acontecerá comigo?

Nova Serrana (MG), 29 de dezembro de 2007.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 11/06/2017
Código do texto: T6024325
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