LÁGRIMA CADENTE
LÁGRIMA CADENTE
Silva Filho
(Observando "O BRILHO DA LÁGRIMA”, da poetisa Ania)
Logo cedo, passam nuvens carregadas,
Não dá pra disfarçar o choramingo,
Me lembro bem, numa tarde de domingo,
Estranha lágrima, causando enxurrada!
O mar com suas vagas; suas brumas,
Com preamar, lança medos na areia,
Em cativeiro mantém sua sereia,
E envolve a solidão com muita espuma!
Vem uma chuva e desfaz todo o cenário.
Uma procela faz brinquedo do fadário,
Misturando o passado com o presente!
O meu destino, empurrado pelo vento,
Sem fronteira; sem ter um documento,
Vai embora com a lágrima cadente!
GENIAL COMPOSIÇÃO DE FERNANDO CUNHA LIMA
O SONETISTA/REPENTISTA
DERRADEIRA LÁGRIMA
Fcunha lima
A lágrima cadente e derradeira,
Esta que meu olhar umedeceu,
Úmida, gota a gota se perdeu,
Em sua trajetória traiçoeira.
Nem sei se tem razão, se verdadeira,
Se simplesmente não me comoveu,
Aquela que meu choro converteu,
Em uma tão tristonha cachoeira.
Lavou a minha face e depois foi,
Sem uma despedida, sem um oi,
Rainha dos meus tristes desenganos.
É responsável por minha tristeza,
Do acre e sal da minha sobremesa,
Que o lençol esconde por baixo dos panos.