O Fugitivo Idiota

A sós estive muito tempo ao pé da faina

Entre o carramanchão do lírico tormento

Sem desbravar ,ousado, a estrada gaia

Do coração o desmesurado sentimento.

A orgia nua em meu pelo a sos espraia

Rugia a carne por domar meu pensamento

A musa leda se estendia na doce praia

Mas eu moralizava em tétrico lamento.

Prodigio inerme da lamentável covardia

De negro pranto a claro luz do dia

Esperança universal de gozos e de vida

Iludido no muro da alta dor sombria

Clamante bardo por memento e poesia

Eis que eu fugia da musa apetecida.