PRIMEIRA TÁBUA (Soneto Decassílabo Profético)

PRIMEIRA TÁBUA

Aumenta em mim no espírito esta chama,

Sopro divino ou hausto sacrossanto,

Labareda do gênio que reclama,

Em êxtase, o cumprir do altivo canto.

Imago Dei, meu âmago declama,

Sempre a vibrar na entranha um vivo espanto

Diante da Graça, toda a rica gama

Áurea de sons e notas -- Dons, portanto.

Por sobre as amplidões da terra inteira,

Onde o clarão do sol nem mesmo atinge,

Espalhe-se esta música ligeira!

Sombras espessas da caverna, abri-vos!

Infusa graça vence a morte e a Esfinge,

A alma dos homens triunfa, sempre vivos.

Péricles Ventura Neto
Enviado por Péricles Ventura Neto em 02/05/2017
Reeditado em 18/08/2017
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