O HORIZONTE

O HORIZONTE

Silva filho

(reverenciando o soneto “Lampejos”, de Lilian Vargas)

O horizonte ostenta ambiguidade

Cabendo a cada um decifração.

Até parece misturar bem com maldade

Mas o problema está em cada coração.

Não sei se a linha parte o mundo em metade

Ou se apenas faz papel de ilusão.

Contemplação é o que me traz ansiedade

Com essa linha que separa céu e chão.

Ainda bem que o céu está por perto

E a gente navegando em mar aberto

Tem impressão de que vai passar a mão.

Esses mistérios que provêm da natureza

É tudo aquilo que chamamos de beleza

Ou simplesmente o que chamamos de condão.