Soneto da infidelidade
Quão prazeroso é ver teu olhar -
boquiaberto - a fitar-me desejando
que tuas mãos percorram galgando,
minh'alma desnuda a te amar!
Tu és meu solstício constante
iluminando meu nobre coração.
Vou desvanecendo na colossal paixão
de deitar minha sede em teu peito amante!
Mesmo na atmosfera turva que se apresenta,
deslizo minha boca para a tua sedenta.
Envoltos pelo abismo infinito
sigo caindo e te iço à terra segura.
Faço da minha vida assim: apenas manuscrito
do eterno e breve momento da nossa candura.