Soneto da infidelidade

Quão prazeroso é ver teu olhar -

boquiaberto - a fitar-me desejando

que tuas mãos percorram galgando,

minh'alma desnuda a te amar!

Tu és meu solstício constante

iluminando meu nobre coração.

Vou desvanecendo na colossal paixão

de deitar minha sede em teu peito amante!

Mesmo na atmosfera turva que se apresenta,

deslizo minha boca para a tua sedenta.

Envoltos pelo abismo infinito

sigo caindo e te iço à terra segura.

Faço da minha vida assim: apenas manuscrito

do eterno e breve momento da nossa candura.

Branca Bey
Enviado por Branca Bey em 20/04/2017
Código do texto: T5976302
Classificação de conteúdo: seguro