PROCISSÃO DE FÉ; ou: A Nona Hora do Cinzel (Soneto Decassílabo Devoto)

Brônzea bonina, píncaro marmóreo,

Teu púbis plúmbeo, e os úberes de prata

Que me conduzem pela densa mata

Dão-me um destino atroz e merencório:

E quem namore o seio, que namore-o

Como a Nise o pastor, como a pacata

Filosofia de um nefelibata

E a imensa placidez de um São Gregório!

Como pudera unir profano e sacro,

Natura, misto que o homem não escande?

Entalhe-se na tora o simulacro

Do Belo agora, assim que o peito mande,

E nele, do universo o micro e o macro

Deem brilho e sopro, que contrai e expande.

Péricles Ventura Neto
Enviado por Péricles Ventura Neto em 17/04/2017
Código do texto: T5973744
Classificação de conteúdo: seguro