TRISTE ENTARDECER

Com pesar lembro as coisas que quis.

O destino, sempre caprichoso, substitui.

Saudades do que poderia ser e não fui,

Do que me permitiria fazer e não fiz.

Verdade que tenho tudo, muy feliz...

Mas esse sentimento poder não flui.

Imóvel a ver uma autoestima que rui,

Sigo, arrastando pés, com ares servis.

Lambendo a cicatriz, busco esquecer:

Quem teria de escutar, sequer ouve;

O que havia, na verdade, nunca houve.

Assisto à triste peça dum entardecer.

Dia após dia, desejo o rápido morrer.

Enfim, não mereço quem me louve...

Marcelo Coelho da Silva
Enviado por Marcelo Coelho da Silva em 06/04/2017
Código do texto: T5963322
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