UM SONETO ESQUECIDO
Ontem buscando papéis do passado
Eis que me deparo com algo que fiz:
Em um papel amarelo-esbranquiçado
Havia um soneto simples e feliz
Ah! Era meu e eu o tinha guardado
(Quase não o joguei fora por um triz!)
Papel pequeno, liso, bem dobrado
E continha um belo nome: Beatriz!
Foi d’um tempo que pensei ser amado
Vivia sem carinho, nem agrado
Amando tanto a quem nunca me quis
Passou-se o tempo acelerado
Hoje restamos nós três lado a lado:
Eu, aquela dor e a cicatriz!