Lunar

Mestiço céu, culpada seja a lua

Pelo brilho encantar-se com inveja

Por despertar nas moças a peleja

E transformar assim a noite em sua

Inerte, estás assim, para que eu seja

A presa, o anoitecer, um rei da rua

Mas nada se compara à pele nua

Para que a lua, com inveja, a veja

E assim, desencantou-se o ser humano

Do espelho de um amor nada mundano

Que fez o céu escurecer a terra

A minha alvura está bem ao meu lado

E deste encanto é que sigo encantado

Durante a noite que logo se encerra.

RNetto
Enviado por RNetto em 07/03/2017
Código do texto: T5933206
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