O sonho nos Campos Elísios. As Ninfas – Dríades (sonetos VII e VIII)
I
Reluzia forte na copa d'uma árvore
uma chama inigualável num archote;
folhas de bronze, íntegras ao mote,
envolviam-me na luz torpe do mármore!
Um lugar fabuloso e sem recorte
surgiu diante o meu olhar, e aparecia,
na relva, Ninfas plenas de harmonia
adornadas de péplos; e do norte
surgiam mais! Solitude já não era;
os galhos que, dourados de maçãs,
arqueavam numa azáfama severa.
E as cestas esperavam as irmãs
colherem no silêncio digno à terra,
mostrando o cerne afável de anfitriãs!
II
Não sabia se aquilo era ilusão,
mas, viver junto com as Catarinas,
seria beber das águas cristalinas
vendo a beleza lírica em canção!
Deitei-me sobre a raiz d'uma grande Acácia
no jardim que refletia na pureza
o limiar redentor da natureza;
com a paz tudo tinha sua eficácia!
E as tezes brancas como um alabastro
dormiam ornamentadas entre as sombras
das folhas, e deixando um leve rastro
de flores amassadas como alfombras;
estavam por içar fitas de nastro.
Isso'm nenhum lugar jamais se encontras!