O sonho nos Campos Elísios. Um delírio de lembrança – Oréades (sonetos V e VI)

I

Uma névoa sobre as lívidas montanhas

dava óbice à paisagem! E as flores

tinham as várias pétalas, frescores,

levadas pelas brisas vis e estranhas;

as Mariposas voavam sob clangores!

Ficar lúcido! Maior dentre as façanhas!

Até pra quem não tinha suas entranhas

ou àqueles insensíveis aos clamores!

No devaneio, ouvi um ruído sem martírio,

Surgira ornamentada em cor azúlea:

Uma Sílfide trazia nas mãos um Lírio!

Seu olhar brilhava como o sol em fúria,

mas senti-me exilado num delírio

quando o inefável ser sumiu em melúria!

II

Continuando a jornada pelas trilhas;

d'uma íngreme montanha cheguei ao cimo.

A visão, um panorama verde Limo,

era como as lembranças e maravilhas

dos ventos plácidos vindos do Limbo!

Entre as divagações, virava uma ilha

a minha mente, que na amnésia brilha

assim como os sinais feitos no nimbo!

Na relva, havia as alvas e ovaladas

pedras! E os Carvalhos, já colossais,

agitavam-se nas mentes levadas

por Zéfiros e forças abissais!

A correnteza das águas sagradas

recordava-me o rio dos ancestrais!

Thiago L Gomes
Enviado por Thiago L Gomes em 22/02/2017
Reeditado em 10/04/2017
Código do texto: T5920752
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