O último adeus

O homem indolente e execrável

Causa-me um asco colossal!

E cada minuto reentrante em minha mente bestial

Faz crescer a moléstia no cerne desta miserável.

Mas que coração há no covil de rato

- muitos chamam de mundo

este barril cheio de nada e imundo -

Que se compadeça do teu câncer ingrato?

Com um sorriso derradeiro na catacumba

Despeço-me da vida infecunda.

Minh'alma cadavérica de sonhos

Desprende-se deste orbe putrefato.

Meus olhos chacinados e enfadonhos

Dão o último adeus ao verme caricato!

Branca Bey
Enviado por Branca Bey em 18/02/2017
Código do texto: T5916811
Classificação de conteúdo: seguro