O REGATO

Já despede o sol da tarde ingente,

Os rios, todos os rios, mimam as vagas.

As águas hora tristes na torrente

Não sabem mensurar risco nas plagas.

É que declamam as águas na corrente

Os versos puros, versos de um regato,

Os versos construídos pelo mato

Que abeiram os caminhos das nascentes...

Não são palavras ali ditas com arte,

Mas com as vozes doces e com o tato

Que a água faz rugir no rio que bate...

E as águas, mansas águas, passageiras,

Caminham mais além no intinerato.

Na espuma da poesia alvissareira.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 25/01/2017
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