No giro da bomba-gira...

“Na penumbra que iguala a noite ao dia,

tu és como um poema sempre começado

de sortilégios e melancolia”

________________________ (Jorge de Lima) __________________

Dorme a cidade com seus afogados!

O gado é um mero ouvinte da Tv,

Na memória efêmera que se vê,

Deste rebanho jaz tão fatigado.

Vai-se a divina-comédia diária...

É grande a alcateia de piranhas,

De fato: há o cardume de aranhas

Diante da vil metáfora na ária.

E, nessa pátria: lusco-fusco da ilusão

Daquele náufrago que se diz barão...

Vendo o hominis à mercê da pomba.

Doravante, nem mais vãs teorias

Ou ode da Palestina, que viria...

Edificada nas asas da bomba!

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____________ Caro mestre Jacó Filho, minha gratidão por vossa brilhante interação... pax e lux nobre poeta!!!

No fogo que vem do alto,

Como rezam as profecias,

A paz em vez de agonias,

Porá o planeta a salvo...

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____________ Chega, chega Fernando! Sempre é um prazer recebê-lo no meu penhasco poético, por cá continuaremos forjando as marcas das nossas pegadas sobre os lajedos da ilusão em verso e prosa, quiçá para atenuar as contradições dessa dura realidade. Grato meu amigo pela fantástica interação!!!

CONSORTE DA MORTE

Surfando o ar o míssil demoníaco,

Leva o terror, o desespero, a morte,

Corta um país assim de sul a norte,

Artefato da mente de um maníaco.

Explode com o seu cheiro de amoníaco,

Quem o sentir, pura falta de sorte,

A morte o escolheu pra ser consorte,

Por ordem louca de um piromaníaco.

A bomba ao explodir rasgando o chão,

Denuncia o grande erro da paixão,

A desumana paixão pelo poder.

Corpos demonstram as desesperanças,

Nos estilhaços que ferem crianças,

Quem veem seu mundo triste apodrecer.

____________ Percorrendo os caminhos da Palestina, na mesma senda do poeta Gilberto. Triste pelo que observamos, mas meus aplausos pela fantástica criatividade, meia picassiana.

____________ Fernando Cunha Lima _____ 10-03-17 ______________