O VAZIO

Dentro de mim a vida sucumbiu,

Como o sopro do vento seco e forte,

A anunciar o tempo desta morte

Que em vida nunca mais ninguém a viu!

Sou a sombra de alguém que já sorriu

E de alguém que jamais viveu com sorte,

E que apenas levou o passaporte

Dum efémero sonho que sumiu.

Sou o nada que já voltou ao nada,

Como uma eterna sombra condenada

Na escuridão do mundo tenebroso.

Pois desapareceu de mim a luz

Da vida que conduz e reproduz

O meu completo ser misterioso.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 02/12/2016
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