O MEU CALAR (soneto)

Solidão arde tal qual fogueira acesa

É como em um brasido caminhar

Perder-se no procurar sem se achar

Estar no silêncio do vão da incerteza

O que pesa, é submergir na tristeza

Dum incompleto, que nos faz cegar

Perfeito no imperfeito, n'alma crepitar

Medos, saudades... Oh estranheza!

Tudo é negridão e dor, é um debicar

Rosa numa solitária posposta na mesa

É chorar sem singulto e sem lacrimejar

E se hoje o ontem eu tivesse a clareza

Não a sentia como sinto aqui a prantear

Teria a perfeita companhia n'alma presa!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Final de novembro, 2016, 17'00" - Cerrado goiano

Canal do YouTube:

https://youtu.be/7I-qT8wsWCA

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 28/11/2016
Reeditado em 28/11/2023
Código do texto: T5837632
Classificação de conteúdo: seguro