PENÚLTIMA ESTROFE (soneto)

O tempo no tempo passa e apavora

Afobado por mim, vai e, vai acelerado

Acotovela os sonhos, despreza a hora

Caduca a poesia, por aqui no cerrado

Corre tirânico a disputar lugar na aurora

Adormece e acorda sem ser incomodado

No meu contendo, nem por nada demora

Sacode o vento, incauto, segue denodado

Agora, ao redigir está penúltima estância

Percebo o quão eu me faço na arrogância

De achar que a pressa do tempo é desleal

Afinal, o caminho tem estória e fragrância

O tempo vivido, não se mede pela distância

E sim, no amor ortografado, na estrofe final...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Novembro de 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 26/11/2016
Reeditado em 08/11/2019
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