Osso duro de roer...

A dor do homem está para o osso,

Assim como osso tá para o abdômen,

Ora! dor do osso ou dor do homem...?

Tudo nesse chão dentro dum fosso.

Não é osso qualquer o corpo da flauta

Flauta saída do occipício do defunto...

Logo o tal corifeu muda de assunto,

Pois, nem louro nem lírio na lauda.

Oh! signo ingrato camarada caveira!

Parte inútil da humanitas sem eira

Nem beira no mormaço da ossatura...

Quiçá, fantasma dum polvo sem osso

Moribundo nesse uni-versus insosso,

Ao ritmo do poetastro com cara dura.

Gilberto Oliveira
Enviado por Gilberto Oliveira em 19/11/2016
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