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O TEU DESDÉM [719]
 



Já foste tão assídua no meu sono,
que não me dou varrido do teu rosto;
inda, hoje, tu és meu grão encosto,
até quando me dás teu abandono.
 

Digo que tu me olvidas é por gosto,
que tens capricho e vais brigar na ONU,
enquanto mais em ti total me entrono,
e tu largando o teu nativo posto.
 

Só morrerei aos pés teus incrustado,
qual um guindaste, a pique, num açude,
aos tempos, pelo vento fustigado.
 

Mas me permito ir só ao que pude,
pois teu desdém me põe escangalhado:
de bom viés não é nem tem virtude.
 


Fort., 05/11/2016.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 06/11/2016
Reeditado em 06/11/2016
Código do texto: T5814665
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