Gosto de ver-te assim
Edir Pina de Barros

Adoro ver-te assim, bem descomposto,
sem ter certeza alguma nessa vida,
a tua face, em lágrima embebida,
as marcas dessa dor, que crispa o rosto.
 
Confesso que aprecio o medo exposto
no teu olhar. E ver, também, banida
a petulância, sempre desmedida,
que muito me maltrata, por suposto.
 
Mas que prazer eu sinto, em ver-te assim,
desnudo e frágil – pálido jasmim –
humildemente entregue à dor profunda.
 
Conheço, enfim, teu lado mais humano,
e não somente o outro – que é tirano –
em tal penar, que os olhos teus inunda.
 
Brasília, 1º de Setembro de 2.016.
Caixa de Pandora, pg. 67
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 01/09/2016
Reeditado em 27/08/2020
Código do texto: T5746949
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