SONETO TÚRBIDO

O que fazer desta melancolia primitiva

que adentrou minh'alma vorazmente

haurindo o prazer num ato contundente

como se fosse uma serpente viva?

Como sustar deste "ser" frente a frente

que me alicia e do meu eu não esquiva

me oprimindo numa redoma passiva

invadindo meu sentimento de repente?

Busco por outras alternativas à deriva

me afastando pra além da má mente

e nada, só amargo me vem na saliva...

E como se fosse parte de mim, ciente

ousa induzir que esta minha negativa

é túrbida, e que na fé sou pendente!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

agosto, 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 09/08/2016
Reeditado em 06/11/2019
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