Ardo tanto e ai de mim!, Quem acredita?
Pois parece não ver o que me agita
Tão pouca fé, beleza não finda
Vê, nos olhos meu peito se revela.
Alma sofre calado o que tortura, •
Diga o doce afã que te há ofendido
Doce ira, doce mal, doce brandura
E que é doce de luz ou de aurora pura!
Nado num mar sem fundo e de orla esquiva
Construo sobre o mar, e afundo no vento
Exausto e cego, vendo só meus danos
Que vivo procurando meus dias e noites.
Num beato sonho de contentamento,
Abraço a sombra e sigo uma aurora estiva
Assim se passam anos, amargos anos;
Tão cheio de suspiro e agonia.
Pois parece não ver o que me agita
Tão pouca fé, beleza não finda
Vê, nos olhos meu peito se revela.
Alma sofre calado o que tortura, •
Diga o doce afã que te há ofendido
Doce ira, doce mal, doce brandura
E que é doce de luz ou de aurora pura!
Nado num mar sem fundo e de orla esquiva
Construo sobre o mar, e afundo no vento
Exausto e cego, vendo só meus danos
Que vivo procurando meus dias e noites.
Num beato sonho de contentamento,
Abraço a sombra e sigo uma aurora estiva
Assim se passam anos, amargos anos;
Tão cheio de suspiro e agonia.