SONETO VAZIO

Meu cerrado, distante dos amores

Que me vê chorar no teu chão árido

Singrando entre cascalhos, e flores

Em uivos de dor no peito afluído

Em tal saudade, que tira os vigores

Da alma solitária e coração ferido

Imersos na tristura e pesares tutores

Da falta do afeto no passado perdido

Aqui na soleira do cerrado, temores

Com um assustado olhar esvaído

Olhando o horizonte que exala odores

De um velho sonhador de sonho diluído

Na solidão de secos sabores, incolores

Duma nostalgia, aqui pelo vazio fruído

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

julho de 2016 – Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 19/07/2016
Reeditado em 06/11/2019
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