A amizade negra
Ao meu amigo Corvo,
Tu, um querido corvo e um grande amigo,
Hás de chorar em tua morte cruenta
- Dize-me: ''nunca mais!" Que ela é tão lenta!
Sem voo, sem alegria, sem abrigo,
Morres, em teu enterro do aço antigo;
Carniça prisca... Que o ódio sempre aumenta!
Oh! Que é a dor visceral, mas opulenta,
Sou um dono revel como o inimigo.
Gosto de urbe craniana e de coveiro
Que eu me transforme o pútrido guerreiro,
Sigo a metáfora baudelairiana.
Nós temos a amizade mais sombria,
Que ainda desejas a antropofagia,
Duma fúnebre carne mais se ufana.
Lucas Munhoz - (07/06/2016)