SONETO DA AUSÊNCIA

O cerrado já não mais é meu confidente

o pôr do sol não mais ouve o meu plangor

os cascalhos dos segredos fizeram amargor

e a saudade já não mais está condizente

Não mais estou melancólico no rancor

nem tão pouco sou aquele imprudente

e ao vento nada mais contei contente

deixo o tempo no tempo ao seu dispor

Até da recordação eu tenho medo, dor

o entardecer tornou-se inconcludente

e o olhar se perdeu nas ondas de calor

O poetar fez da madrugada noite ingente

carente nas buscas do tão sonhado amor

e hoje o meu eu no cerrado está ausente

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

06/06/2016 – Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 06/06/2016
Reeditado em 03/11/2019
Código do texto: T5659459
Classificação de conteúdo: seguro