AO TEU RETRATO

Aqui tu dormes, divinamente pura e bela,

Como dormes em meus sonhos mais sublimes...

A vida ao punir-me te absolve d"outros crimes,

neste silêncio fúnebre que a teu sono vela.

Tu te despertaste na manhã seguinte ao adeus,

somente aqui, onde o Nitrato de Prata te deu vida,

pelo resto dos meus dias permanecerás dormida,

a sorrir, diante destes olhos meus.

Aqui ficou eternizado teu rosto sorridente,

talvez nem me notavas, olhavas para a lente,

pois és tão vaidosa e tão sem sentimento.

Aqui o tempo parou em tua mocidade,

munindo de dores e espinhos a saudade

e tornando eterno o meu sofrimento.

José Marcos Pinto
Enviado por José Marcos Pinto em 05/04/2016
Reeditado em 06/04/2016
Código do texto: T5595370
Classificação de conteúdo: seguro