Desejo de Ícaro

Dir-te-ei o adeus, ó sonoute triste...
Desata tua enegrecida rede!
Vou à luz matar mi'a sede,
sorver o tudo que existe.

Dir-te-ei adeus, ó mundo, m'iludiste...
Aparta com a tua tez sombria!
Vou ao céu buscar mi'alegria,
doar-me à ânsia qu'insiste.

Asas fríveis s'abrirão, frementes,

evolarei entre réstias luzentes...
Ó esplendente, lhana aventura!

Lançar-me-ei aos raios candentes,
ao sol abrasador, incandescente...
Inda que ínfima minha ventura...

Manhuaçu, MG, 29 de fevereiro / 2016
Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 02/03/2016
Reeditado em 20/05/2016
Código do texto: T5561214
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