Soneto do folião

Perdido na multidão vai o folião

Travessia noturna dos sonhos e batuques

Pesadelo da mata escura e folhas molhadas

Arrastado pelos pés envolto a pedras abrasadas.

Altos sons atiram-no em castelo perdido

Cuícas e tamborins acalmam teu corpo nu.

Chamas coloridas cegam teus olhos de topázio

Chamas ardentes florescem teu coração.

Lúdico, teu grito é melodia.

Exuberante como diamante ao sol

Tua boca selvagem de cravo e canela

Navegando no subterrâneo dos devaneios

Em algum lugar saltitando até o infinito

Viva o Pierrô que baila com sua colombina.